segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Túmulo

Aqui jaz uma poetisa

⛥ 06/1975  e ♰ 12/2017

Quando uma poetisa não tem mais o que dizer é porque a incompreensão alheia, a desumanidade que a cerca  apagou a última centelha de poesia. 
Poetas são estrelas do invisível a espalhar os sonhos que ninguém vê. São seres sensíveis que amam por amar, que vivem reclusos em seu mundo porque não suportam a violência ao redor. Eles deixam a sua dor de lado e mesmo chorando limpa os ferimentos  alheios. No entanto, vem um cidadão sem senso de humanidade e com extrema maldade acusa. Agride. Denigre. Crime? Desde quando é crime acreditar no ser humano? Conceder-lhe uma segunda oportunidade? Trabalhar para resgatar aqueles que a sociedade marginaliza. O amor é livre e incondicional. Não se sujeita às suas regras. Regras burguesas e meritocratas. Ele se alegra com os pequenos gestos de humanidade. Quando uma poetisa se cala, morre uma estrela.
- Aqui jaz uma poetisa.

Gilvânia Souza

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