(Texto feito em homenagem ao meu pai)
Era uma menina com um
livro na mão. As páginas da vida ainda
vazias, pela mão do destino, um dia a
ser escritas. Nenhuma palavra, nenhum verso, risco ou rabisco.
Era uma menina com um livro na mão.
Sozinha entre mangueiras, visitando as veredas do seu sertão…levando consigo as histórias de
Monteiro Lobato que povoavam sua imaginação.
Histórias narradas ao fim da
tarde, pela voz já cansada do seu pai…
O sol poente deixava suas marcas coloridas no rosto e nas
mãos de um singelo camponês, com voz e alma de trovador , apaixonado pela vida
e pelos mestres da Literatura.
Ensinou-me a amar o Amor.
Nas mãos o livro, na alma? A liberdade azul dos poetas. No fundo, um baú, desses bem antigos, seculares talvez,
nos quais se guardam tesouros, mapas, fórmulas. Lá escondia sonhos. Sonhos de
criança a acordar o dia e a reconhecer o cheiro da primavera!
A vida não trouxe castelos medievais, nem príncipes, nem
reinos distantes. Povoou sua história
com heróis anônimos, guerreiros de versos e cifras pra falar de Amor…a um mundo que não acredita nele.
Por que era uma menina com um livro com um livro não….
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