terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Os lobos não amam

Pela janela vejo a lua: penso em você.
No espelho da noite, a sombra do olhar
ainda envelhecido pela dor
pelo tempo
pela espera
de tudo que não veio
de tudo que não foi.
As palavras me abrigam.
Me protegem
Me exilam.
Seu desejo arde silente nesse olhar que
devora
e foge assustado.
Quisera tocar o seu rosto
sem  pressa e sem medo
e por uma noite não ter plateia
nem bando ou alcateia.

Gilvânia Souza.

2 comentários:

  1. Há alguns anos, eu escrevia no meu segundo blog (Reste Plus Une Seconde), e conheci este teu blog fantástico. Depois, quando deletei meu blog, perdi o contato. Hoje, por acaso, procurando poemas na internet, eu tive a especial surpresa de encontrá-lo. O poema é belíssimo. Quase todos nós vivemos esse sentimento ardente "de tudo que não veio / de tudo que não foi..." Belíssimo! Um abraço carinhoso.

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  2. Gilvânia, boa tarde!
    Que belíssimo poema, professora mineira! Pensar em alguém carinhosamente dá cores novas ao que estamos presenciando. Olhar pela janela, por si só, já é um ato de busca... Ver a luz, um momento de inspiração... E lembrar de alguém especial é o suprassumo do momento poético. Belíssimo.
    Um abraço.
    Feinhardt

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