O velho Santa Rosa já
não existe
Porém, habita nas minhas memórias antigas.
Assim como
O pé de Santa Bárbara
que agigantava nossas tardes
naquele antigo balanço
feito de correntes
amigas.
Lembro-me ainda das manhãs de inverno
e de você deitar-se na grama
aquecendo-se ao sol.
Sei que também se recorda
dos campos floridos: sucupiras, angicos e ipês
da curva da estrada, ainda coberta de poeira.
E os redemoinhos de agosto
Eram a diversão do mês.
Tardes de chuvas, noites de
verão
O campo
:Céu de vaga-lumes
E lá íamos nós!
Na difícil tarefa de aprisionar
por alguns segundos
seu clarão.
Já faz muito tempo, eu sei.
Algumas vozes já silenciaram.
Outras, fora do país estão.
No entanto, ainda vejo as mangueiras cheinhas de flores
Meu pai, a trabalhar a terra, a madeira,
assoviando pela vida
A mãe, com tantos afazeres...o armário transbordando de
doces
E o dia era uma aventura sem fronteira.
Hoje...
A cortina de chitão ainda balança, de quando em vez...
E pareço ouvir
:a bica de madeira a
escoar a água
do manso riacho por entre os galhos do ingazeiro...
Abro a janela
Vejo uma cidade triste
Fecho a janela. Sei que em algum lugar, meu Santa Rosa
existe!
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