Lutavam pela vida e pelo direito de viver.
Tinham no altruísmo uma meta: pensar nos outros antes de pensar em si, mesmo que isso custasse a insônia daqueles que os amavam. De quando em vez, um vento suave acariciava pequenos objetos de decoração que compunham o ambiente. E as árvores próximas num bailado sinestésico reverenciavam uma canção de Zé Ramalho.
Era a vida que voltava junto com muitas risadas.
" Moço, vai demorar?"
Aquele caldo levou uma eternidade para chegar.
"Mas a torrada parecia ter sido feita no céu". " O tempero da fome fazia toda a diferença"! Eram guerreiros. Eram valentes. Humanos, cheios de humanidade, a lutar por ela. Vinham de muito longe. De terras longínquas e feitos distantes. Estavam assim, imersos em seus medos e fraquezas, mesmo tendo defendido um povo inteiro. Na face? A expressão de cansaço. Na alma? Cicatriz.
No entanto, a leveza habitava palavras e gestos.Olhares mansos e riso largo, desfalecidos nunca vencidos! Celebravam a vida e a noite os celebrava num abraço aconchegante. De repente, era hora de ir. Levantaram e se foram. Deixando para trás um rastro de humanidade que iluminou a noite no sertão.
Gilvânia Souza.
(Texto autobiográfico! Valeu a pena viver esta noite.)
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