A tarde caminha lá fora, além da minha janela...
no silêncio do horizonte.
Acho que caminha dentro de mim também, com pés descalços, passos leves para não acordar os sonhos
que insisto em adormecê-los.
O lago, numa visão quase surreal se estende pelas frestas do meu portão e aos poucos se funde com a
imensidão de um céu azul, que tantas vezes abrigou meus pensamentos andarilhos, minhas orações silentes, meus olhares vazios, de Capitu.
Não!
Não é tristeza o que sinto. Sinto a paz que renasce aos primeiros pingos da chuva. Chuva de verão. Chuva do caju...a rejuvenescer a esperança já esmaecida no coração vermelho - alaranjado do semeador.
A tarde caminha lá fora.
A vida renasce aqui dentro.
Por onde andará o meu Amor agora?
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