terça-feira, 28 de maio de 2013

CP 155



Tirar de alguém  o que mais se ama
: as cores do pôr do sol
: a paz
: as horas consigo
: o distante farol...

Passei a existência a sua procura... Por ruas escuras, frios becos, alegres manhãs de primaveras e tantas, tantas noites de inverno...
Sonhei você em cada palavra, em cada canção, em cada poema...
me fiz, desfiz e refiz...( pra você) sempre humana e pequena!
Tinha medo de um dia encontrá-lo nas páginas de um livro, na esquina de uma vida, num banco de praça...em vindas e idas – por estradas infindas  e de repente não saber o que fazer....!
Buscava desesperadamente esse Amor... Esperava... Cultivava, com a raridade das orquídeas e a delicadezas dos bonsais.. .Ah! Eu queria encontrá-lo pra toda vida...pra nunca mais...
E chegou!
Era manhã de inverno. Chovia. Fazia tanto frio lá fora! E nevava... Nevava dentro de mim.  Mas  a luz da sua voz aqueceu a sala.... Iluminou meu rosto...agora esfogueado e vida ressurgia – lentamente- a cada palavra. Germinava no sorriso... fecundava o olhar...  Veio a primavera e a brisa com seu toque suave ...  a gestar de cores a existência, outrora preta e branca...em minha volta.
Mas, você era brisa. E como brisa passou! Levou a alegria... O esvoaçar dos cabelos.... As pétalas das rosas desfolhadas.... As folhas rodopiadas no tempo....O meu Amor... por séculos, pra você, guardado! Eu? Fiquei ali, imóvel, sem ação ou reação... vendo o meu Amor partir: levando tudo que era meu – os sonhos de uma existência e a poesia que a vida me deu!



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