quarta-feira, 18 de abril de 2012

Conta-se



Um dia você chegou
Entrou descalço
Sem pedir licença...
Despiu-se.
Deitou-se ao meu lado
Abraçou-me
d-e-v-a-g-a-r-i-n-h-o-
Amor... em pedacinho...

Era outono...
Folhas secas  cobrindo
o ex-verde do chão...
a felicidade, em pares, sorrindo
a dimensionar, ainda mais
o nevoeiro da minha solidão...

A brisa da manhã
A chegada do inverno anunciava...
Beijava-me por inteiro
:Um leve arrepio no corpo e na alma...
Por onde você andava??
Entre o mar e o veleiro?
Ou entre a prece e a calma?

Está  frio, amor...
Me dá um abraço?
Fica, assim... bem pertinho...
Que dessas cenas, logo me desfaço
Pra com você trilhar novo caminho...

Nele,
No tempo parado existe:
Uma velha estação
A locomotiva e um trilho
a  descaminhar o sertão
 E
: uma borboleta
: e um mágico andarilho
- a se amar na imensidão.
                                                    * todos os direitos reservados 

2 comentários:

  1. Fico maravilhado com cada linha que leio redigida por vós! Para muitos (infelizmente), ao ler o que escreves, podem ter a percepção de que é platônico, devaneios de traços oriundos do romantismo exarcebado, mas para mim, e plagiando uma frase rescentemente lida em que muito me chamou atenção, "Só o coração de um poeta para ser capaz de pensar e sentir assim". Quando escrevemos não temos o domínio sobre nossas mãos, são sentimentos que as guiam!

    ResponderExcluir
  2. Toda borboleta merece um mágico andarilho.

    Aproveitando, deixo aqui um vídeo para xs leitorxs do espaço:
    http://vimeo.com/40411264

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...