A cidade foi tomada por milhares de pontinhos multicores.
Sob os pés descalços
da manhã
uma aquarela
que o artista não viu
que o poeta esquecido na esquina
Nem mesmo um Haicai rascunhou.
Como falar de flores
se vive o Outono?
A poesia da rua
rimando com suas dores?
Não!
Ninguém viu e nem ouviu.
O silêncio sentou-se a seu lado
calado
desajeitado
Amigo invisível dos amantes
e das estrelas inconstantes.
Enquanto a rua se cobre de flores
de Maio
de Setembro
Disso nem me lembro
: só do seu sorriso ao fechar a porta
Lá fora, começa a primavera
Aqui dentro, Outono já era.
( Gilvânia Souza)
Nenhum comentário:
Postar um comentário