segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Branca existência
Caminhos fazem a existência
E um dia, a findará.
Caminhos que vêm
Caminhos que vão
Alguns vão comigo
Outros, entre o sim e o não.
Amigos estendem a mão
Enquanto sigo sozinho
Deixo pegadas pelo chão
Amores, sonhos, e algum carinho.
Alguns ficam à margem
Não são partes da caminhada
No deserto é uma miragem
Oscilante entre tudo e o nada.
Outros buscam no horizonte
Um sonho pelo qual viver
Um oásis, uma fonte
E uma vida pela qual morrer.
Caminhos separam vidas
E unem sonhos também.
São palavras no tempo esquecidas
Entre o badalar do sino e o amém.
Um dia, a caminha chega ao fim
E o que levarei dessa existência breve?
Seus olhos a sorrir de mim
Por entre os flocos de neve.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Imagem-tempo
Reler
O não escrito.
Pensamentar
O nunca visto!
Ouvir
O que não foi dito:
- Silencioso grito-
Viver
O inexistente...
Historiar
Sem palavras.
Ficcionar
O sol poente...
Re (inventar)
O Amor-lunar!!
Re (criar)
A vida...
E o intraduzível???
Poetizar!!!
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Caminhos
Do sem-fim
Entre folhas de Outono
Inverno em mim...
Vigésimo nono.
Sorriso primeiro
No céu, a visagem
Ruflar tão ligeiro
O Amor de passagem.
Estrada real
Caminho de Minas
Amor-marginal
Alegres meninas.
Caminho do caos
Universo sem luz
Dias maus
O silêncio e a cruz.
Alma que ora
Pés a sangrar
Carinho de agora
Noite no olhar.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Encontro
Curvas de nível
Retas sinuosas
Amigo invisível
Palavras duvidosas
Morena-rosa
A face molhada
O verso e a prosa
N’alma entalhada.
O crepúsculo à frente
A forma nua...
Seu corpo por entre
As cores da lua...
Sinto-o por inteiro
Inteiro em mim...
Silhuetas prateadas
Detalhes de marfim.
Mãos trêmulas ...
Delicadas curvas...
O contorno em sua mão...
Inebriantes cores turvas
... E as estrelas no chão.
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Noite Azul
Palavras e contextos
Livros e romances
Seu olhar em nuances
O amor e pretextos.
Quem é você afinal?
Meu poeta preferido?
Alguém desconhecido?
Obra- prima ou original?
Cenas em layout?
Um conto perfeito?
A poesia em conceito?
Cotidiano em blackout?
Não.
- Um verso escondido...
Num link proibido!
Quem é você
Que seduz meu ser
Sem nenhuma palavra?
Rompe fronteiras
Do meu querer
Assim... Do nada?
Adentra-me... Ama-me...
Inventa-me... Posiciona-me
No centro do seu universo
Tatuado em meu corpo
Eternizado em meu verso.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Não mais
Negra espera
Tortura invisível
Alma-cratera
O imprevisível!
Amigos que vem
Outros que vão...
O mal e o bem
Pura ilusão.
Não mais
O coração altivo
O olhar sonhador
Amor-cativo
E opressor!
Palavras-poemas
Tradução humana
Cotidiano em temas
Fúria romana.
Não mais
Noites de lua
Rede na varanda
Alegria da rua
A eterna ciranda...
Tarde vazia
Tempo parado
Encanto e magia
Corpo e pecado.
Não mais... Não mais..
Essência nua ... Tanto faz.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Conceitos
Silêncio: Solidão da alma.
Indecisão: amor em conflito...
Medo: desespero aflito
Solidão: branca calma...!
Palavras: fonemas sem vida...
Lágrima: dor que chora...
Angústia: espírito que ora...
Saudade: vontade esquecida.
Vermelho: horizonte em chama.
Azul: sonho que atrai
Branco: vida que se esvai
Laranja: universo que ama!!!
Cinza: todos os meus dias
Amarelo: iluminada presença...
Preto: perdida crença...
Verde: sonoras alegrias.
Pôr-do-sol: eternidade...
Outono: romance - estação
Cerrado: distante sertão
Luz da lua: imortalidade.
Arco - íris: antiga aliança
Praia deserta: velho farol...
Poesia: da existência o sol
Você: do amor, a esperança.
domingo, 9 de outubro de 2011
sábado, 8 de outubro de 2011
Saudade de minha terra
Saudade de minha terra
Com suas montanhas e cores
O manso falar mineiro
A exaltar seus amores.
Lembrança da serena manhã
A invadir meu triste ser
Aroma de menta e hortelã
No seu corpo ao amanhecer.
Saudade do jeito simples de viver
Poucos amigos... Família presente
Noite na varanda... A prosa a correr
Enquanto a lua no céu brilha pra gente.
Meu pai, ao meu lado, tão sereno
Minha mãe, com o silêncio, inquieta
Grandeza imensurável num ser pequeno
Que pela eternidade, minha vida completa.
Vejo meus irmãos, alegres brincando
Minha cabeça no seu colo, filho, reclinada
A simplicidade da vida nas horas pulsando
Ao som de sua doce e alegre risada.
Saudade de quando era feliz
E viver, se resumia em sonhar
Perdoa pai, não fui boa aprendiz
E não aprendi como você a amar.
O legado
Quando eu não mais estiver aqui
Deixo-lhe a minha poesia...
Palavras
Que traduzem a solidão da alma
E a inspiração...
Que é a luz dos meus dias.
Deixo-lhe os sonhos...
Que movem o mundo,
O poema e sua antiga magia...
E as fases da lua
Nesse olhar tão profundo!
O dia em que não mais eu estiver aqui...
Deixo-lhe o pôr-do-sol
E o calor do sertão
E nas noites de luar... Ao pé da fogueira
Uma cabocla a dedilhar um violão!
E sua música invade a noite...
Como as estrelas na imensidão.
Deixo-lhe ainda este cabernet chileno,
Duas taças... E um sonho a mais,
Enquanto o vinho aquecer-lhe a alma
Por amor, tudo será capaz...
E o palor da lua ao embriagar-lhe os olhos
E em seus braços, encontrará a paz!
Enfim,
Deixo-lhe esta rede na varanda
Que nas noites de verão, tanto me acalentou...
Embalou meus sonhos, na eterna ciranda,
E sozinho, meu coração chorou!
Chorou: o silêncio da noite e o encanto da lua
Deixou-lhe minha poesia: eterna herança sua.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Lembranças
Dei a você
Os sonhos que não sonhei
O sorriso que não sorri
O império que conquistei
A vida que não vivi.
Ofereci ainda...
A magia da noite de luar
E este cabernet chileno
O universo a brilhar
No seu olhar tão sereno.
Ensinei-o a ver o por do sol
E apreciar as fases da lua
A ser da vida, o girassol
E do amor, a verdade nua.
Do silêncio, foi aprendiz
Da poesia, a inspiração
Não era árvore, era raiz
No outono, do coração.
Agora, só a lembrança...
Do mundo em que não vivi
Da canção que não cantei...
Dos caminhos que escolhi
E das lágrimas que chorei.
Lembrança do que não era
E de tudo que nunca será
Pois você era a primavera
De um dia que não chegará.
Não basta sentir amor
Não basta ser importante
É preciso sentir-se importante.
Não basta sonhar
É preciso sonhar junto.
Não basta ser parte
É preciso estar presente.
Não basta compreender
É preciso ser compreendido.
Não basta dizer eu te amo
O amor se traduz em gestos.
Não basta palavra eloqüente
É preciso ser forte, ser gente.
Não basta viver cada dia
O importante é como se vive o dia.
Não basta sorrir pela manhã
É preciso contagiar com seu sorriso.
Não basta ser forte
É preciso segurar a mão de vez em quando.
Não basta saber o caminho
É preciso ter forças pra caminhar.
Não basta sentir amor
É preciso saber amar.
Descaminhos
O pôr do sol trouxe a solidão em suas cores
Na aquarela do céu desenhou seu rosto
Bateu saudade, solidão e outras dores
Na tarde mágica, vermelha de agosto.
Sinto sua presença em todo o meu dia
Tantas vezes me pego pensando em você
Poder vê-lo... Devolveria as cores da alegria
E na madrugada, procuro em vão o esquecer.
Encontro você em detalhes tão pequenos:
Nas músicas de que gosta ... No livro que não lê
No brilho dos seus olhos, nos gestos serenos
E nessa vontade louca de estar com você.
Encontro você no universo infinito do meu ser
Escuto seu silêncio... Na luz do seu olhar
Tento sonhar outros sonhos, outra razão de viver
Mas nas noites escuras, você é o meu luar.
Em vão o procuro... Só encontro a saudade
Daquilo que não foi... Do sonho que não veio
Por você, trocaria instantes da eternidade
Pra torná-lo o herói das histórias que leio.
Quando está por perto, meu dia é mais feliz...
Há mais brilho no sol ... Mais luz no luar
Você é projeto de vida... É amor-aprendiz
Perdido entre o medo e a vontade de amar.
É preciso
Levantar o olhar
Voltar a sorrir
Acreditar e amar
Continuar a existir.
Ver o sol nascer
O amor chegar
Os filhos a correr
Na rua a brincar.
É preciso
Ser mais humano
Ter coração de poeta
Ser forte, troiano
E às vezes, pateta!
Sonhar todo dia
Chorar se preciso
Semear alegria
Perder o juízo.
Ser inconseqüente
Viver o momento
Ser feliz, ser gente
Livre como o vento...
Escrever a sua história
No tempo repleto de areias
Viver dias de glória
Entre mitos e sereias.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
365
Em 365 dias, coube:
Os sonhos,
As lágrimas...
O silêncio...
E a triste solidão!
Coube também:
-As preces
-O olhar
-O meigo sorriso
E a imensidão!
Em 365 dias, houve:
A fome,
Tantas guerras...
E a mão frágil
A pedir o pão.
O olhar aflito
O coração no infinito
Balas perdidas...
O desespero e o grito.
A morte estava chegando...
Crianças vivendo na rua...
A vida em seus olhos nascendo
No solitário brilho da lua.
Porém, só precisou de segundos:
Veio o silêncio
A angústia...
E o longo desespero:
Você, sozinho agora.
-Sozinha...
Pensei em você o ano inteiro!
O muro e a zagaia
Às vezes as palavras somem
Silenciosas da minha mão
Na folha branca se escondem
Limite do céu e a imensidão.
Queria habitar em seu mundo
Ser uma princesa talvez
Só encontro o silêncio profundo
A trazer a noite antes das seis.
Às vezes, de palavras não preciso
Basta seu olhar na minha vida
Portal de entrada de um paraíso
Muralha no tempo esquecida.
Quisera sentir você a meu lado
Um dia, um mês, um ano inteiro
Ao seu redor, o sol gira calado
Êxtase, de um amor primeiro.
Às vezes, na areia construo castelos
Frágeis cristais, na deserta praia
Quisera tocá-los e não apenas vê-los
Mas vivo entre este muro e a zagaia.
Caminho do sol no silêncio das águas
A vida segue seu caminho...
podemos estar à beira e nos lamentar
ou ser o protagonista de nossa história.
Se o caminho que nos foi reservado não nos agradar...
Façamos o nosso...
Por entre estrelas ligeiras na imensidão de um olhar.
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