Eu gosto das janelas. Talvez, porque elas abram para o exterior. Possibilidade de ver além. Um outro olhar.
Uma curva da estrada. Um pedaço do caminho.
A esperança de alguém que vai voltar.
Janelas me levam até você. Até aos ecos de sua voz prometendo voltar. Olho o mar.
Sinto as ondas quebrando lentamente sob meus pés que caminham. Para onde mesmo?
O quê eles buscam?
Eu não sei.
Volto a pensar nas janelas.
Ainda bem que não existem dentro de mim muitas janelas.
Penso que não gostaria de ver o que iria encontrar no meu interior. Talvez um quarto escuro, no mais completo abandono. Um baú corroído pelo tempo e pelo esquecimento. A saudade carcomida a deformar-me a alma, outrora sorridente. Por isso, gosto das janelas. Por que por meio delas posso ver o mar...o sol se pondo nas suas águas. E o mais importante: saber que um dia verei você chegar.
Gilvania Souza.
domingo, 23 de outubro de 2016
domingo, 28 de agosto de 2016
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Meus braços
Seu abraço:
move em silêncio o deserto
arco-íris do dia que amanhece
campo de girassóis, na manhã, coberto
sorriso-luz que não envelhece!
Serena força a mover a vida
Céus e terra num mesmo laço
aquarela viva num olhar contida
texturizando o tempo e o espaço.
Ele
acorda o dia
adormecido na quietude do ser
cavaleiro andante: pura alquimia
razão sublime pra querer viver.
É horizonte e firmamento
É o rude camponês e a semente
É a força livre do pensamento
Ser humano que sonha em ser gente!
Seu abraço - nos meus braços-
sustenta os astros na imensidão
Traço livre de mil compassos
A redesenhar a branca solidão.
Vence
a dor
o medo
o cansaço
Segura a mão frágil no caminho
Resiste ao tempo
: versos de aço
- fórmula mágica de não ser sozinho.
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